terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Como?

Como?


Como eu devo ficar feliz?


Melhor?


Me diz como?


E agora, eles voltarão a ficar vazios.
Meus olhos...
Semi-vazios na verdade.
Porque eles sempre estarão refletindo você.

As pessoas, ou melhor...
Os borrões, continuarão a ser borrões.
E eu provavelmente olharei fixamente para todos eles.
Esperando que, num passe de mágica.
Um deles se torne seu rosto na multidão.
Mas com o rosto bom, seguro, sarado, em ordem.
Vou esperar por ele, até que venha.
E cada dia será um novo dia.
E a cada dia eu vou esperar.

Sentarei na calçada e focarei meus olhos num rumo inexistente.
Estarei olhando dentro de mim.
Dentro de você.
De nós.
Até que passe.
Até o tempo girar e girar e girar.

E quando ele passar.
E se minha esperança realizar.
Eu vou desejar um pequeno desejo.
Que você se abra.
Se abra sempre para mim.
Porque eu sempre estarei do seu lado.
Pra te fazer feliz.
Pra te reerguer se cair.
Para te fazer sorrir ao limpar uma lágrima.
Para dar colo.
Para ser base e estrutura.
Para cuidar de você.
É tudo que eu quero.

Mas, enquanto eu fico por aqui.
Desejo que você melhore.
Que você se ache e se resolva.
Que tudo seja certo para ti.
Porque ai eu posso tentar ser certa pra voce.

E enquanto isso.
Vou aproveitar para voltar para minha vida.
Concertar muito que eu tenho pra concertar.
Sem ser pressão, sem ser preocupação, sem ser nada.
Vou lutar contra meus medos.
Realizar meus pequenos desejos.
Lidar com as consequencias do que sou, do que amo e do que gosto.
Vou tentar, ser eu.
Não só por dentro.
Mas por fora.

E se lembre.
"If life's standing still and your soul's confused
And you cannot find what road to choose
I'll be at your side. There's no need to worry."


Foto: Minha

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Necessidade

Me desculpa.
Mas eu preciso colocar isso em algum lugar.
Mesmo que seja só aqui, onde ninguém vai ler.

Ou possa ler em um dia distante.

Mas eu preciso colocar em algum lugar fora do meu peito.
Preciso falar.
Eu preciso.

Preciso falar que minha garganta fechou com esse nó.
Esse nó que é formado pela vontade de esvaziar toda água do meu corpo através dos olhos.
Esse nó que torna engolir difícil e doloroso.
Esse que sufoca.

Mas não só ele,
ainda tenho as mãos, duas, enormes e fortes.
Apertando firmemente meu coração.
Como que tentando parti-lo em pedaços, mas que ele não sede.
Não ainda, não é a hora.
Ele vai aguentar, eu sei que vai.

Enquanto tiver tempo, ele vai aguentar o que for.
Enquanto tiver esperança, ele vai aguentar.
E ele vai sonhar e vai se alimentar disso.
De sonhos e de esperanças.
Você me ensinou a tê-los e senti-los.
E é disso que ele se alimentará, enquanto estiver fora.
Seja por um dia.
Seja por uma semana.
Seja por um mês.
Seja por um bimestre ou trimestre.
Meio ano ou um inteiro.
Ou até mais.

Ele vai se alimentar das cores que aprendeu a ver com você.
Das lágrimas que aprendeu a libertar.
Dos sorrisos que aprenderam a ser sinceros.
E das batidas que aprenderam o rítimo das suas.
É...
ele vai se alimentar de todas as coisas boas que aprendeu com você.
Por todo o tempo que precisar.
Ele não vai ser o mesmo, não mesmo.
Não enquanto tiver o tempo.
Mas ele espera o tempo, paciência ele tem de sobra.
Essa ele aprendeu foi com a vida.
E sabe usa-la e te-la a seu favor.

E o tempo vai passar, e ele vai esperar,
com todos os seus desejos e esperanças.
Que depois do tempo.
Você ainda deseje que ele esteja por perto.
Que ele possa te trazer de volta as cores que você ensinou a ele a sentir.
Que ele possa te trazer de volta os melhores sorrisos e risadas, que um dia ele conseguiu por lá.
Porque o amor, ele vai guardar para sempre, infinito.
Pois foi assim desde o primeiro dia, e assim vai ser até o último.
Quando ele nao mais puder bater.
Esse amor por você.
Só por você.
Ninguém nunca vai ter.. e nem ele quer oferecer.
Se não for você, não vai ser por ninguém.
E então ele tá aqui, doendo, sendo esmagado.
Mas nunca vai ceder.
Ele aprendeu a lutar e ser forte.
E assim ele vai ser.
Até tudo passar, até tudo melhorar.
E até você deseja-lo.
Até você quere-lo de volta, pra cuidar do seu.
Ele vai estar aqui, paciênte, calmo, quieto.
Passando por cima do que for, para poder te fazer feliz.
Porque é tudo que ele quer.
Ver você feliz.

Só não me pessa para não chorar.
Não tem como.
É impossível.
Porque doí, e chorar é um jeito de colocar essa dor pra fora,
pra ficar suportável.
E se dói, é porque eu te amo.
Te amo de verdade.
Se não, ainda não saberia o que é chorar.

Mas..
ele vai esperar.
E esperar.
Esperar o tempo passar.

Porque ele te ama.
E assim vai ser.
Sempre e para sempre.
O amor que ele aprendeu a sentir.
É seu.
Seu.
Só seu.
E sempre vai ser.
Eternamente seu.
Infinitamente seu.

domingo, 21 de dezembro de 2008

At Your Side.


When the daylight's gone
And you're on your own
And you need a friend
Just to be around


I will comfort you
I will take your hand
And I'll pull you through
I will understand


And you know that…


I'll be at your side, there's no need to worry
Together we'll survive, through the haste and hurry
I'll be at your side, when you feel like you're alone
Or you've nowhere to turn, I'll be at your side

If life's standing still and your soul's confused
And you cannot find what road to choose

If you make mistakes you won't let me down
I will still believe, I won't turn around

I'll be at your side, there's no need to worry
Together we'll survive, through the haste and hurry
I'll be at your side, if you feel like you're alone
You've got someone to go, 'cos I'm at your side.
(The Corrs - At Your Side)


Enquanto fazia o post abaixo me lembrei dessa música.
É assim que me sinto, pode-se dizer.
Lembre-se.
A cada passo, a cada abraço e a cada mão dada.
Sempre estarei aqui para e por você.


Foto: por Luciene

A falta.


Estado constante de pensamentos invandindo meus dias, minhas tardes, minhas noites, meus sonhos e meus pesadelos.
Ah meus pesadelos. Tão frequentes, percorrem minha mente inquieta.
Inqueta do vácuo que me encontro.

Me perdoem a comparação.
Mas me sinto fazendo a Samara.
Deixada alí, encurralada, no escuro e sem respostas.
E tem hora que a única força que eu tenho para gritar, vai-se embora.
Meus gritos nunca parecem chegar até a borda, quanto menos se propagarem...
Mas talvez eu também não tenha gritado com força suficiente.

Então eu espero os dias passasem.
Nessas horas, queria tomar algo para dormir e não sentir que eles passam tão lentamente.
Arrastando pelas minhas veias.

Mas não tem problema.
Estampo um sorriso no rosto e me agarro a cada pedacinho de você.
Cada detalhezinho seu que deixas escapar.
É meu porto-seguro.
Mas por favor, continue a deixar escapar.
Um dia sequer sem eles, me faz perder todo o rumo, todo o senso e toda razão do dia.
E eu me sinto desabar de cara no chão.
Só não me deixe sem saber de você.


Foto: Minha

sábado, 20 de dezembro de 2008

Adrenalina


É esse não saber o que é.
É como li uma vez: " A coisa mais difícil que você vai ter que fazer em toda a sua vida, é esperar"
E eu sempre fui paciente, e assim continuo.
O tempo é quase um amigo, sempre presente.

Estive pensando muito sobre o amor, durante todo esse ano.
Descobri como eu poderia saber que eu realmente amava a minha namorada, aquele sentimento de "ela é o amor da minha vida", era realmente ele. Foi mais fácil que imaginava.
E para os que se perguntam: "mas como você sabe que é amor?".
Simples.
Ao menos pra mim.

Eu sei porque sempre estive em controle de meus sentimentos.
Mesmo quando se tratavam de relacionamentos afetivos.
E dessa vez.
Ah! É maravilhosamente diferente.
Ai você descobre que todos estavam certos quando lhe diziam que amar não se trata de razão.
E não é.
Nem por um segundo sequer.
Amar é sentir.
E sentir por completo é algo que me privei quase durante toda minha vida. Cada passo que dava era precisamente calculado e racional. Tentava nunca pensar com o coração.
Um modo de afastar tudo e todos, de evitar me machucar mais do que a vida já o tinha feito.
E agora, é quase como se nascesse de novo.
Aquela primeira vez que olhei nos seus olhos e te segurei. Foi a confiança que você me transmitiu, que me fez esquecer todos os meus medos, receios e preonceitos.
Mas sei que muitas vezes me perco nesse mundo de sentimentos, experiências, de nós. É tudo tão novo pra mim, chego a me sentir como um bebê deve se sentir, quando toca e vê alguma coisa pela primeira vez. Maravilhado com o mundo ao seu redor. E como um, as vezes não sei se o que estou fazendo é o certo ou o errado. E algumas vezes deixo aquele precioso vaso cair e se espatifar. E como um, choro assumindo o meu erro. E com o susto da queda do vaso quebrado, aprendo com os cacos que me cortaram.
Mas você sempre esteve do meu lado, e até nos meus erros você ainda colocou bandagem nos meus ferimentos como concertava ao máximo que podia o vaso quebrado.
E assim você se tornou o meu mundo, o nosso mundo.
O mundo que sempre sonhei.

Ah, esse mundo de sentimentos.
Esse dia a dia, de cada vez que você sorri e meus problemas parecem ir embora.
Como a sua felicidade reflete na minha.
Como sua tristeza me faz infinitamente querer estar do seu lado e te dar colo, até que você se recupere e sorria de novo.
Como suas incertezas criam uma maré de ansiedade em cada batida do meu coração, em cada respiração.
Como quando você diz que me ama e eu sinto que eu me pertenço a você, a um lugar melhor nessa vida. E como quando você não diz eu começo a vasculhar os dias para ver se deixei faltar alguma coisa, se esqueci de algo que não devia ou se te machuquei.
Como uma noite sua mal dormida me fez passar o dia inteiro desejando que estivesse do seu lado, para lhe fazer um carinho para ajudar nessas dificeis noites.
Como seus pesadelos e seus medos começam a fazer parte dos meus.
Como o suas dúvidas também apertam meu coração. E me dão vontade de fazer loucuras que pudessem acabar com elas!
Como eu tenho vontade de transformar o mundo para que todo ele ajustasse a seus sonhos.
Como te admirar fazem com que borboletas criem furacões no meu estômago.

Ah! Minha mulher, você não sabe como eu te amo!
Não sabe como é meu mundo e meus valores.
Como é minha respiração e minha fome.
Como você controla o meu corpo, mesmo quando está longe.
Ele obedece ao que você sente, ao que você quer e ao que você fala.
Ah! Meu amor!
Minha felicidade e meu desejo!
Vem aqui e me deixa te abraçar, me deixe beijar o canto de seus lábios e te apertar contra meu peito pra sentir as batidas de teu coração.
Me deixa coloca-las em um ritimo que você queira.
Me deixa tentar colocar todos os sorrisos e todas as cores na sua vida.
As cores que aprendi a ver com você!
Ah! Minha pequena, me deixa te amar como a gente ainda não pôde.
Me deixa ser sua casa e moradia. Sua proteção e seu rumo.
Me deixa ser completamente sua.


Foto: Link

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

As pequenas coisas.


Quando menos esperamos, algumas coisas boas nos acontecem. Coisas pequenas, mas capazes de fazer aguentar um dia não muito confortável.

Ainda a pouco, saia de casa, mais uma vez na chuva. Mas estava tão rala, que mal molhava. Não mais que um quarteirão, a primeira avenida, uma espera novamente para o bonequinho do sinal ficar verde. Alguns passos apressados para aproveitar a brecha entre os carros e eis que um "quase" senhor que atravessava do meu lado, me olhou algumas vezes (que pude reparar pelo canto dos olhos) antes de tomar alguma decisão. Mas não mais que 10 segundos e ele apressa os próprios passos e um tanto acanhado pergunta: "quer uma carona no quarda-chuva?". Reparei no rosto que me perguntava isso, uma bondade sincera me olhava de volta enquanto piscava forçadamente para evitar a chuva que batia no rosto. Mas minha timidez de andar tão perto de alguém desconhecido me refreeou e agradeci educadamente e disse que era um prazer andar na chuva. Ele deu mais um passo para meu lado, terminamos a primeira rua, e na segunda, já debaixo do guarda-chuva dele, que era um tanto quanto enorme ele me disse. "Não é incomodo para mim, se for para você tudo bem, mas hoje o dia está frio, você pode pegar um resfriado e você já está encolhida dentro do moleton.". Ele me disse que ia para a rua João Pinheiro, exatamente a que eu ia, porem ele iria dece-la e eu subi-la. E a conversa é a mesma entre estranhos, perguntando se é da capital, se estuda ou trabalha. Como não estava longe de meu destino, pouco se poderia falar e a rua já estava a nossa frente. Já ia me agradecer da disposição dele me acompanhar quando ele me disse que subiria os dois próximos quarteirões comigo, que ele teria outro ponto logo a frente, e não deixaria de ser um caminho para ele. Confesso que me assustei, não de medo, mas de encontrar alguém, diante de um transtorno causado pela chuva, pela pressa de cumprir horários e pelo humor cinzento que ingrato que há nesse mundo, alguém que se importou o suficiente em mudar o seu caminho por um rosto estranho. E dois quarteirões pra frente, eis que nos apresentamos, e o senhor Sérgio me desejou felicidades e seguiu por seu caminho e eu pelo meu.

Cheguei onde devia. Encontrar minha prima para um café.
E escutar justamente o que eu precisava de ouvir.
Um passo para dar uma aliviada no coração que mal respirava.
Por mim, seria ali o fim dos meu planos do dia. Estava pronta pra voltar pra casa.
Mas, acabei ficando com ela até fechar o serviço e saimos para uma pizza. E algo que menos ainda esperava que acontecesse no meu dia, encontrar com tias e outra prima que há muito não via. Resultado foi um dia alegre e necessário diante de tantos conflitos que venho presenciando.
Uma noite fria pelo vento que batia nas costas, mas calorosa pelas pessoas ao meu redor, pelos risos e sorrisos e conversas sobre a vida.

A noite chega. Tanto a pensar, tanto a refletir.
O sono se vai, mas depois chega pra aconchegar.
Aconchego que se vai com o nascer do dia.
Tem horas que só queria dormir.

Compromissos a parte.
Acordei afetada pelo Sérgio, o estranho do guarda-chuva. Dia cansativo, gastei todas as minhas lembranças geometricas e historicas em provas que tinha que fazer.
O corpo doia, mas não sabia porque. Peguei o onibus praticamente vazio em seu primeiro ponto. Mas que se encontrava insuportavelmente cheio no segundo. Apesar da dor, cedi meu lugar para uma senhora que estava em pé do meu lado. Um trânsito infernal que nunca acabava misturado a crises de falta de ar. Fechava o olho rezando para que meus joelhos me aguentassem.
Aguentaram.
E a noite me trouxe mais uma insônia e uma decepção.
Meus pontos não eram o suficientes em uma das provas.
Me afundei em músicas desconhecidas e parei para sentir cada uma delas e a madrugada me acolheu.

E o dia sempre a me receber com pequenas alfinetadas. Acordei estranha o suficiente para arrumar a casa inteira. Inclusive coisas que tinha prometido deixar de lado. Mas acabou que serviu como uma distração. E mais tarde acabei saindo pra clarear os pensamentos.
Ouvir, perceber, falar, admirar e desejar que algumas coisas fossem diferente.
Tomei um café, onde uma menina sozinha, de uns 13 anos tentava ganhar moedinhas para o seu Natal. Não sei quantas vezes o sinal parou e não sei quantas vezes vi seu olhar tristonho após cada um deles, sem ganhar uma moedinha mísera de um centavo. Enquanto o sinal abria para os caros ela ia para a sombra e cantava alguma coisa que não dava para escutar.
Refleti sobre a música, a mesma que me acompanha todos os dias, deixando-o mais aceitável, era a mesma que ela cantarolava após mais alguns nãos seguidos de outros nãos e vidros fechados sem respostas. Eu sei que não tinha um olhar de felicidade no meu rosto, mas ainda assim uma hora ela atravessou a rua e me pediu um trocado, e pude ver que ela já lacrimejava um pouco. Eu disse para ela voltar, que o sinal tinha ficado vermelho de novo, e que eu ia pagar meu café e daria o troco para ela. Ela sorriu, mas ainda desconfiada que fosse só mais uma das milhares de desculpas que ela escuta para nao ganhar dez centavos.
O sinal ficou vermelho novamente, e eu nao pedi que ela atravessasse, fui até ela, dei o um real de troco, tudo que sobrou, em várias moedas.
O brilho nos olhos dela e a vontade que ela me desejou que eu tivesse um ano melhor, e um bom Natal para mim e minha família, foi muito mais importante do que qualquer valor que aquele um real poderia ter para mim. Toquei seus ombros e olhei nos olhos dela, desejei um ótimo Natal e Ano Novo para ela também, e que as coisas pudessem melhorar. Ela deu outro sorriso largo e voltou para os carros.


Foto: Link

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Let It Rain...

E deixe chover...

Deixe chover e limpar a vida,

além da poluição do ar.

Deixa chover...

E eu deixei.


Os primeiros passos, ainda fugia, saltava poças, ia entre marquizes.
Me escondendo de cada pingo fino e frio que caia.
Sentia-me escorregar entre passeios lodosos.
Equilibrei-me. Ao menos ali.
E enquanto esperava o bonequinho vermelho e os carros passarem em camera lenta.
Eu deixei, deixei chover.
E a chuva se permitiu cair.
Quase como se comandasse o clima com o meu humor.
Cheguei ao ponto, o onibus veio e se foi.
Levando consigo qualquer razão que poderia ter para estar nele.
Continuei minha caminhada, nem lenta, nem rápida.
Só precisava sentir, ainda que fosse frio.
Olhava pra frente, e subia os morros, tranquilamente.
Sentindo agora a vida percorrer meu corpo.
Cada pingo parecia me inundar, me inundava de coisas boas.
Ergui a cabeça em mais um crusamento e deixei ela cair
forte sobre meu rosto.
Respirei aliviada.
Me pertenci!
Deixei-a cair, e ela caia, cada vez mais pesada, mais forte e mais firme.
E o tempo passou, e o relógio apertou.
Avisava que o tempo estava curto.
Olhei pra trás, vi e percebi o caminho que percorri.
Sentimentos que deixei ir com a chuva e outros que decidi deixar para mim.
Agora, pouco faltava para chegar onde deveria.
Mas agora sim, o onibus voltava com a razão para estar nele.
Subi, mesmo que fosse ficar dois minutos ali até chegar onde devia.
O próposito era outro.
A chuva parava e meu corpo se manteve quente a tempestade.
Como quem diz, "e deixe chover, deixe a chuva te inundar, permita-se sentir".
E eu senti.