
Quando nasci, as estrelas me disseram que eu pertencia ao signo de Gêmeos assim como meu ascendente.
E dai? Dai que ele é visto como o signo dois em tudo.
Razão e emoção.
Inteligência e ignorância.
Tristeza e alegria.
Mais e menos.
Pobreza e riqueza.
Opostos de prontidão em batalha.
Se horóscopo funciona ou não, pouco importa.
O fato é que vivo uma vida de altos e baixos diários.
E para passar por tudo isso, acabei criando uma capacidade de adaptabilidade e mutação constantes.
É como aquele ditado de que nada permanece constante, exceto a mudança... ou algo assim.
Apesar de poucas mudanças físicas e locais, eu apreciei cada uma delas como a melhor das novidades e logo me encaixava ali e muitas vezes, ficava sem compreender o porque das pessoas ficarem presas às coisas que deixaram na casa antiga, na escola antiga, no emprego antigo.
Acho que sempre tive a vontade de saber o que eu poderia ganhar a partir de dado momento e não o que eu poderia perder ou havia perdido.
Isso fez com que muitos ao meu redor me vissem como fria (sobre ser fria ou não, é todo um outro post) e desligada de tudo. E sempre foi justamente o contrario, encontrava-me excitada pelo novo, movia-me pela curiosidade do por vir.
Saudade do que ficou sempre esteve presente, mas prefiro viver a vontade do futuro e presente.
Há pouco tempo atrás, a pessoa que tive maior convivência na minha vida, me chamou de multifacetada e contraditória.
Nunca me senti contraditória, sempre soube o que queria; as minhas lutas, meus desejos, o que pretendo conquistar e como quero viver. Se alguém não está disposto ou pronto para escutar meu eu, não deveria soltar palavras por pura convivência. Convivência obrigatória é a que menos nos leva a conhecer quem está do nosso lado, principalmente quando se tem dependência dela.
Ai, dessa dependência, poderia ter surgido algo de multifacetado, por assim dizer.
Necessidade de fingir ser alguém que não era, porque simplesmente, era o caminho mais fácil, omitir uma coisa ou outra do que enfrentar algo que também não me sentia pronta para lutar, assim, permanecia nele até sair do meu casulo e deixar a máscara cair. A vida aqui dentro de mim, sempre foi meio artística, com um ator e um espectador presentes e constantes, encenando teatros de vida a por em prática.
Mas a gente cresce, cria coragem, e aí quando a máscara cai, o adjetivo “multifacetada” era apenas uma saída para evitar uma dor ao próximo. Como disse, sempre tento evitá-la. Ainda que me torne o alvo. O que dói em mim, sempre dói menos que nos outros.