sábado, 5 de junho de 2010

Antes de tudo...



Será?
Será mesmo?
Tem tanto tempo... tem tanto medo nesse tempo e tem tanta arritimia nesse medo. Admito, com resistência e um pouco de luta e contra-gosto; é... pode ser...

Não que esse ir contra que fico é por ser algo ruim, pelo contrário. Eu só imaginei, imaginei tão levemente e já senti o coração batendo um pouco mais forte e um ligeiro arrepio surgir na base da nuca.
A imaginação dessa cena, dessa possibilidade... não importa quantas vezes ela passa por minha cabeça, o arrepio volta.

Será mesmo?
É tanto medo... Será?

Eu estava a escutar a letra de uma música e no seu refrão algo com dizeres que evocavam a uma personagem, a dançarina preguiçosa e sua necessidade de ajuda para a dança... e foi aí, bem nesse trecho, repetindo e repetindo conforme eu cantarolava o refrão que me veio de novo essa imaginação e esse possível por acontecer.

Estavamos ali, no meio de todo mundo, com essa música a tocar que decidi chegar um pouco mais perto, em uma aproximação de um passo que poderia parecer insignficante, se não fosse pelo meu impoulso de estar perto demais para poder avançar minhas mãos e sentir as tuas pela primeira vez.

Fiz um carinho de leve, olhei para elas e levantei-as na altura de seus olhos e brinquei um pouco com seus dedos, o suficiente para perceber se você estava confortável com esse gesto. E eu senti que sim.
Era o que eu precisava para guiar suas mãos para minhas costas, te puxando para um abraço; quando elas se apoiaram no minha cintura eu as soltei, de forma que agora eu tinha as minhas livres para segurar, levemente, o seu rosto.

Passeei com as pontas dos dedos os seus contornos, te enxerguei com o tato e apoiei uma mão na tua nuca e te puxei para mim, enquanto a outra ainda acarinhava seu rosto e lentamente te levei ao meu encontro, até o ponto que a confirmação de seu rosto fosse completa com o fechar de seus olhos. E ai... eu sorri por dentro.